Não sou tão forte como ja fui um dia, sou uma trágica figura de pessoa feliz que eu insisto em mostrar pras pessoas. Essa sou eu, imagino que a "EU" do passado não se orgulharia nada disso, e diria “não tem como eu me tornar essa multidão de tristeza”. Minha vida tá parecendo mais um filme de terror, as coisas foram acontecendo aos poucos mas ao mesmo tempo tão rapido, que quando vem, bate e arrasta. Mas acontece que arrastou demais, e levou tudo de bom que eu tinha. Levou os bons momentos, as minhas risadas e meus pensamentos positivos, e nesse período da minha vida esses sentimentos é que iriam me salvar. E agora? Agora, vejo meus pedaços voando contra o vento, pois cinza se desfaz com a brisa. Olho para o que me tornei entre tantas confusões e sentimentos, e não me reconheço mais. Será que realmente estou prestes a me acabar? Lembro dos sonhos que faziam parte dessa minha mente confusa e apesar de tantas vezes parecerem fantasias, era de alguma forma o meu sustento, a força que me empurrava para frente. Hoje, não consigo ter nenhuma perspectiva do futuro e não sei onde me agarrar. Acontecimentos do passado me perturbam, me tiram a paz, enquanto o presente se torna irrelevante. O que vejo no espelho é irreconhecível, algumas olheiras estampadas na cara e a feição demosntrando o estado da minha alma triste, uma tristeza que poucas pessoas são capazes de notar. Mas, em mim ainda existe uma fé, quem sabe amanhã seja diferente? Talvez o sol que aparece todas as manhãs, resolva iluminar também o meu interior. Porque, se depender das noites escuras, a tristeza continuará sendo o meu único refugio.
Olga Miranda.
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